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Conheça 8 incríveis parques arqueológicos no Brasil


Qualquer aventureiro ao estilo Indiana Jones que se preze pensou, algum dia, explorar algum sítio arqueológico cheio de histórias de homens das cavernas e monumentos místicos. E para iniciar esta aventura, não precisa ir muito longe! O Brasil, embora tenha sido (oficialmente) descoberto em 1500, oferece excelentes oportunidades para os amantes de história e arqueologia explorarem territórios em parques que são verdadeiros cenários de cinema!


Ver de perto uma pegada de dinossauro, desenhos milenares nas rochas e resquícios deixados em pinturas rupestres além dos objetos pré-históricos é uma forma de sentir a rotina dos antigos habitantes nos primórdios da civilização humana. Como viviam? O que comia esta população antiga em território brasileiro? Como era o dia a dia deles? Seria possível saber quais eram as condições climáticas?


Costumamos atrelar arqueologia ao campo da história, mas ela está coladinha nos estudos do meio ambiente bem mais que imaginamos. A arqueologia ambiental surge como nova concepção na análise arqueológica, em que, além da cultura material, o espaço geográfico e seus elementos bióticos e físicos passam a ser fatores interpretativos na análise do comportamento do homem do passado e como se deu sua relação com o meio ambiente.

Os elementos naturais, como vegetação, fauna, relevo, clima, servem como indicadores do comportamento dos homens que procuram maneiras estratégicas de se adaptarem ao ambiente natural. A arqueologia ambiental possui várias técnicas e indicadores que possibilitam o estabelecimento do ambiente das comunidades humanas no passado.


Além da arqueologia ambiental, o turismo arqueológico (ou arqueoturismo) também possui este elo de ligação com os estudos do homem primitivo e o seu ambiente, e traz consigo o espírito de explorar novas vivências e de aprendizados, assim como quaisquer outras atividades turísticas. O arqueoturismo traz roteiros em alguns parques brasileiros que não podem ficar fora da agenda dos aventureiros de plantão. Conheça abaixo os melhores locais para realizar esta viagem na história do Homem e não deixe de checar as dicas de como chegar e o que fazer nestes parques (além do turismo arqueológico, claro!):


1 - Parque Nacional Serra da Capivara - São Raimundo Nonato/Piauí

Pinturas milenares ilustradas para a posteridade no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí. Foto: Google

No sudeste do Piauí, o Parque Nacional Serra da Capivara protege 912 sítios arqueológicos, que são a casa de 657 pinturas rupestres, parecidas com as encontradas na França e Austrália. Os três sítios abertos ao público apresentam os mais antigos vestígios da presença humana na região, como a Toca do Boqueirão da Pedra Furada (foto abaixo), com fogueiras estruturadas e grande quantidade de artefatos de pedra lascada.

Pedra Furada: escultura feita pela natureza é o cenário de muita história. Foto: Google

Assistir a um pôr do sol inesquecível também é um dos programas a fazer no parque. Foto: Google

O parque é considerado um dos mais importantes patrimônios pré-históricos do Brasil e foi inclusive tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. O acesso ao parque é pela cidade de São Raimundo Nonato, cerca de 540 km da capital Teresina e aproximadamente 300 km da cidade de Petrolina/PE (uma outra opção para quem vem de Pernambuco, no entanto não há voos disponíveis entre essas duas cidades). A presença de um guia durante o passeio é obrigatória e o pagamento é feito à parte direto com os condutores locais cadastrados ao Parque. Mais informações:

http://desviantes.com.br/blog/post/serra-da-capivara-onde-fica-e-como-ir/


2 - Parque Estadual Monte Alegre - Monte Alegre/Pará

Escadarias de acesso facilitam a aproximação dos arqueoturistas às pinturas rupestres. Foto: Google

O município paraense de Monte Alegre também possui marcas deixadas por povos pré-colombianos que habitaram a Amazônia. As mais antigas tem idade de 11.200 anos e os sítios arqueológicos presentes neste espaço integram, desde 2001, o Parque Estadual Monte Alegre (PEMA), criado exatamente para protegê-los.

O parque é dotado de uma infraestrutura para receber pessoas também conhecido por Complexo de Musealização, ampliando as possibilidades de visitação do público com estrutura adequada para a contemplação e a preservação do patrimônio histórico, artístico e natural do Parque. A Serra da Lua e a Pedra do Mirante são dois dos 15 sítios arqueológicos descobertos dentro do PEMA. Além das formações rochosas exuberantes, os sítios apresentam pinturas rupestres, que se estendem por mais de 200 metros, em um paredão rochoso. Lá podemos ver desenhos de mãos, círculos, animais e figuras geométricas que dão pistas dos primeiros passos da humanidade na Amazônia.


No Parque Estadual Monte Alegre, no Piauí, não há custo nenhum para visitar o parque, mas é preciso passar na base administrativa do parque, que fica na cidade de Monte Alegre:

http://pportalparamazonia.blogspot.com/2016/05/monte-alegre-para-o-que-ver-e-fazer.html


3 - Parque Nacional do Catimbau — Buíque, Tupanatinga e Ibimirim/Pernambuco

Uma paisagem de tirar o fôlego, que te leva de volta à história da própria humanidade. Foto: Google

O Parque Nacional do Catimbau abriga 30 sítios arqueológicos, sendo o segundo maior parque arqueológico do Brasil. Contém diversas pinturas rupestres, com diferentes técnicas e estilos de pintura, que datam de até 6 mil anos de idade, que constituem uma representação da pré-história dessa região. Constituem uma vitrine de expressões do nosso passado e cultura.

Além do rico patrimônio cultural, a biodiversidade do Catimbau nos presenteia com belíssima vegetação de Caatinga com notáveis espécies endêmicas, especialmente cactáceas e bromeliáceas. A fauna apresenta-nos habitantes característicos do bioma como raposa, tatu-peba, mocó, galo-de-campina, rolinhas, gaviões e seriemas, além de lagartos de diversas espécies, facilmente avistados sobre as rochas, como o papa-vento. Além de fazer arqueoturismo, o visitante poderá observar aves e outros animais bem como apreciar este rico bioma.


Pinturas rupestres no Catimbau mostram como viviam os nossos antepassados.

Várias trilhas, de baixo grau de dificuldade, podem ser percorridas para acesso aos monumentos geomorfológicos e sítios arqueológicos. Existe uma associação de condutores na Vila do Catimbau, porta de entrada do parque, onde também há lojas de artesanato ilustrado com as pinturas rupestres. O acesso se dá de Recife pela BR-232 até Arcoverde. Depois pela PE-270 até Buíque, seguindo então até a vila do Catimbau, principal acesso ao Parque. Saiba tudo sobre o parque e visitação através do site: http://www.icmbio.gov.br/portal/visitacao1/unidades-abertas-a-visitacao/732-parque-nacional-docatimbau


4 - Parque Arqueológico do Solstício — Calçoene/Amapá

As pedras do sol dão pistas sobre como os povos indígenas da Amazônia podem ter sido muito mais sofisticados do que acreditavam os arqueólogos no século 20. Foto: Dado Galdieri / The New York Times

Além de pinturas rupestres, o Parque Arqueológico do Solstício abriga um curioso círculo megalítico constituído por 127 rochas dispostas em formato circular, no topo de uma colina.

O sítio, um velho conhecido pela comunidade científica desde os anos 1950, pode ter sido construído como um antigo observatório astronômico pelos antigos povos indígenas que habitavam a região. Conhecido como "Stonehenge do Amapá", tem recebido pesquisadores e visitantes desde 2006. Baseando-se nas características de fragmentos cerâmicos encontrados nas redondezas do sítio arqueológico, arqueologistas estimam que a idade do mesmo esteja entre 500 e 2 000 anos.


As descobertas em Calçoene (no Amapá), junto com outros achados arqueológicos no Brasil nos últimos anos – que incluem gigantescas esculturas de terra, vestígios de assentamentos fortificados e até mesmo complexas redes de estradas – estão mudando visões anteriores dos arqueólogos que acreditavam que a Amazônia havia sido relativamente intocada pelos humanos a não ser por pequenas tribos nômades.


Leia mais sobre este intrigante local: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2017/01/pedras-descobertas-no-amapa-estao-mudando-visoes-de-arqueologos-sobre-a-historia-da-amazonia-9325465.html



5 - Monumento Natural Vale dos Dinossauros - Sousa/Paraíba

Visitante no Vale dos Dinossauros. Foto: Blog Joselio Carneiro

O Vale dos Dinossauros é um Parque Estadual da Paraíba, e um dos mais importantes sítios paleontológicos, onde registra-se a maior incidência de pegadas de dinossauros no mundo. Lá, encontram-se rastros e trilhas fossilizadas de mais de 80 espécies em cerca de 20 níveis estratigráficos. Destacam-se as trilhas das localidades da Passagem das Pedras, onde foram descobertas os primeiros indícios de dinossauros brasileiros, no fim do século XIX.


Em toda a região, encontram-se rastros fossilizados cujo tamanho varia de 5 cm (de um dinossauro do tamanho de uma galinha), até 40 com, como as pegadas de iguanodonte de 4 toneladas. A maioria das pegadas são de dinossauros carnívoros. Uma trilha com 43 metros em linha reta é a mais longa que se conhece no mundo. De acordo com os paleontólogos, esses rastros têm pelo menos 143 milhões de anos!


O vale impressiona pela história cravada nas marcas deixadas em seu ambiente natural. Foto: Google

O parque, tombado como um monumento natural, fica à 420 km da capital João Pessoa e pode ser acessado facilmente. Informações podem através do link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_dos_Dinossauros_(Sousa)


6 - Sítio Arqueológico Pedra Pintada — Pacaraima/Roraima

A Pedra Pintada é um dos pontos turísticos mais visitados de Roraima. Foto: Jorge Macêdo

Contém diversos itens da pré-história brasileira, como pinturas rupestres, pedaços de cerâmica, ferramentas e outros artefatos. Abriga, ainda, diversas cavernas funerárias. Em suas paredes de granito, há pinturas rupestres vermelhas que até hoje são consideradas um enigma para cientistas e pesquisadores da área.



7 - Sítios Arqueológicos de São João Batista e de São Miguel das Missões - Entre-Ijuís e São Miguel das Missões/Rio Grande do Sul


O local foi construído pelo Padre Antônio Sepp, considerado o “Gênio das Missões”. Foto: Wikipedia

A Redução Jesuítico-Guarani de São João Batista, também conhecida como um dos Sete Povos das Missões, foi fundada em 1697 e teve fim em meados de 1750. Seu fundador foi o padre Antonio Sepp, um polímata que dominava a música, arquitetura, urbanismo, relojoaria, pintura e escultura. Sob orientação de Sepp, este local mostrou alto nível de atividade cultural. Além da redução de São João Batista ainda temos muitas outras, idealizadas por membros desta ordem franciscana, como a de São Miguel Arcanjo das Missões.


O território Missioneiro é composto por 26 municípios. O nome Missões tem inspiração nas antigas Reduções Jesuíticas, nas quais padres e índios viviam de um modo autossustentável, prosperidade econômica e social ainda estudado pelos atuais moradores destes municípios.



Ruínas da igreja de São Miguel das Missões. Foto: Blog Pé na Estrada

O legado deixados pela obra missioneira é um amplo campo para pesquisadores e um cenário turístico. Foto: Casal de rodinhas

Atualmente o sítio abriga restos da estrutura do cemitério, igreja e colégio, além de estruturas complementares como olarias, barragem e estradas. Em todo o sítio podem ser observadas peças esculpidas em pedras grês. Placas interpretativas contam a história a partir dos relatos feitos, na época, em cartas escritas pelos padres. O local oferece visita guiada aos turistas. Informações sobre o local: http://www.portaldasmissoes.com.br



8 - Sítio Arqueológico do Lajedo de Soledade — Apodi/Rio Grande do Norte

O Lajedo Soledade é considerado por pesquisadores o maior sítio arqueológico do país. Foto: Blog Robson Pires

O Lajedo de Soledade está localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, no município de Apodi, a 12 km do centro da cidade. Quase todos os trabalhos realizados neste sítio arqueológico são direcionados para estudo de pinturas rupestres dos povos que viviam nesta região.


No lajedo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encontraram fósseis de animais pré-histórico, como o bicho-preguiça e tatus gigantes, mastodontes e tigres-de-dente-desabre que viviam no Nordeste no período Glacial, além de pinturas rupestres.

São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias. Segundo pesquisadores, os desenhos dessas pinturas teriam sido feitos por índios que habitavam essa região no período pré-histórico.


Aula de campo. A valorização de nossos parques e espaços naturais preservados se dá também por meio de projetos e iniciativas de Educação Socioambiental. Foto: Google

O sítio Já foi tema de documentário de 30 minutos na BBC de Londres e de inúmeras reportagens na TV e em vários outros veículos de comunicação do Brasil. É fonte inesgotável de conhecimento científico para centenas de pesquisadores, inclusive as mais respeitadas do mundo, recebendo mensalmente até 700 visitantes.


O sítio arqueológico é localizado em Soledade, distrito de Apodi, no Rio Grande do Norte, a 80 quilômetros de Mossoró. Quer conhecer o sítio arqueológico mais importante do Brasil? Saiba como: http://www.lajedodesoledade.org.br/



Pronto(a) para mochilar na história?


Temos um celeiro de bons pontos para visitação, muitos deles dotados de infra estrutura para receber visitantes em busca de aventuras arqueológicas ou simplesmente fazer turismo e adquirir novos conhecimentos (o que nunca é demais, não é mesmo?)

Estes parques protegem não só uma impressionante diversidade de riquezas naturais como arqueológicas, abrigando uma das maiores coleções de arte rupestre do mundo e os vestígios mais antigos de ocupação humana da América do Sul.



Camila Malacarne

Produtora cultural em iniciativas socioambientais

Instagram: @milamalacarne



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